“As
possibilidades de intervenções que o professor deve fazer para uma criança que
está no processo inicial da construção do conceito de número”. (Parte 2)
As
operações matemáticas: Adição e subtração
A
criança já começou sua caminhada, já começa a relacionar a quantidade ao
símbolo numérico, começa a representar os números 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9,
10, 11... começa e aprender a ordem numérica, a classificar... agora chegou a
hora de somar e subtrair!
Durante
as séries iniciais do ensino fundamental, as crianças descobrem o significado
somar e subtrair. Aprendem quando podem utilizar a adição e a subtração para
resolver uma situação-problema de uma atividade proposta pelo professor ou
alguma no decorrer do dia a dia. Para a criança este é um novo desafio a ser
vencido e o professor será aquele que o ajudará a vencer mais desafio. Nesta
postagem vamos entender quais são, o que é cada operação e como podemos
trabalhá-las em sala de aula.
Operação
matemática é uma transformação que pode ser desfeita. Observe as palavras:
Operação= operar + ação
Transformação= transformar+ ação
Isto
quer dizer que, sem ação não acontece transformação e sem ação não há operação.
Para a criança compreender e construir os conceitos das operações matemáticas
ela precisa perceber as diferentes ações envolvidas e vivenciá-las, até mesmo
se divertir resolvendo situações-problemas.
Na
adição existe duas ações totalmente diferentes que são resolvidas: acrescentar e reunir.
Mas
qual a diferença entre as ações de acrescentar e reunir?
Na
situação de acrescentar o verbo declara ação. Existem três tempos: um estado
inicial, o fato ou ação que transformou a quantidade inicial e um estado final.
Ex: Carol tinha 4 bonecas, ganhou
6 em seu aniversário. Com quantas bonecas ficou?
4+6= 10
Na situação
de reunir, há uma temporalidade, tudo já estava lá, só foi reunido. Ocorre uma
inclusão de classes.
Ex:
Em seu aniversário Carol ganhou 6 bonecas e 3 ursos de pelúcia. Quantos
brinquedos ela ganhou?
6+3=9
Observe
que neste caso os brinquedos já estavam lá, foram apenas reunidos em um mesmo
grupo.
É
importante que a criança aprenda a dar um significado ao número, perceba a
situação-problema para que sempre quando houver uma operação matemática ela
buscará a solução de uma história matemática. Desde cedo devemos trabalhar a
interpretação dos enunciados e não apenas ensinar somem 4+6.
Estas
diferentes ações exigem da criança diferentes competências e habilidades, mesmo
sendo ambas ideias aditivas é importante que a criança perceba as ações de
acrescentar e diminuir. O professor deve mostrar que a adição é uma operação
natural que utilizamos em nosso dia a dia.
Subtração
E
na subtração ocorre o mesmo processo da adição?
Isso
mesmo! Para ocorrer uma subtração são necessárias diferentes ações para
solucionar a situação-problema. Na subtração ocorrem as ações de retirar,
completar e comparar ou achar a diferença.
Nas
ações de retirar, é retirado uma parte e a parte que permanece fica menor.
Ex:
Rafael tinha 30 bolinhas de gude e perdeu 5. Com quantas ficou?
30-5=25
Na
ação de completar existem as partes consideradas, ou há um todo que pode ser
completado; o verbo não é explicito; o todo é sempre inclusivo, e suas partes
são subclasses. A ação de completar é o inverso da ação de reunir, são ideias
inclusivas.
Ex:
Preparei 50 bandeirinhas de 2 cores: amarelas e verdes. Se 35 são amarelas
quantas são as verdes?
50-35=15
Na
ação de comparar ou achar a diferença fazemos uma correspondência um a um para
encontrar a diferença. Podemos fazer as perguntas: “quantos a mais?” ou
“quantos menos?”.
Ex:
Lucas tem 10 pipas e Jorge tem 6. Quantas pipas Lucas têm a mais que Pedro?
10-6=4
O
desenvolvimento das ideias de subtração ocorre por volta dos sete anos, as
crianças precisam vivenciar e compreender as ações de retirar. Depois de passar
esta etapa poderão compreender que as ações de completar que são diferentes das
ações de retirar. Quando estas duas ações forem compreendidas e diferenciadas
entre si o professor pode propor ações em que possam estimular a criança a
compreender as ações de comparar, pois esta relação de comparar o “todo/parte”
ocorre por volta dos oito ou nove anos.
Este
é o papel do professor estimular os alunos a utilizarem sua capacidade natural
de pensar, descobrir e solucionar problemas de situações cotidianas.
Em
nossa próxima postagem vamos falar sobre multiplicação e divisão.

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