segunda-feira, 1 de setembro de 2014

“As possibilidades de intervenções que o professor deve fazer para uma criança que está no processo inicial da construção do conceito de número”. (Parte 2)



As operações matemáticas: Adição e subtração

A criança já começou sua caminhada, já começa a relacionar a quantidade ao símbolo numérico, começa a representar os números 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11... começa e aprender a ordem numérica, a classificar... agora chegou a hora de somar e subtrair!
Durante as séries iniciais do ensino fundamental, as crianças descobrem o significado somar e subtrair. Aprendem quando podem utilizar a adição e a subtração para resolver uma situação-problema de uma atividade proposta pelo professor ou alguma no decorrer do dia a dia. Para a criança este é um novo desafio a ser vencido e o professor será aquele que o ajudará a vencer mais desafio. Nesta postagem vamos entender quais são, o que é cada operação e como podemos trabalhá-las em sala de aula.


Adição

Operação matemática é uma transformação que pode ser desfeita. Observe as palavras:

Operação= operar + ação
Transformação= transformar+ ação

Isto quer dizer que, sem ação não acontece transformação e sem ação não há operação. Para a criança compreender e construir os conceitos das operações matemáticas ela precisa perceber as diferentes ações envolvidas e vivenciá-las, até mesmo se divertir resolvendo situações-problemas.

Na adição existe duas ações totalmente diferentes que são resolvidas: acrescentar e reunir.
Mas qual a diferença entre as ações de acrescentar e reunir?

Na situação de acrescentar o verbo declara ação. Existem três tempos: um estado inicial, o fato ou ação que transformou a quantidade inicial e um estado final.
Ex: Carol tinha 4 bonecas, ganhou 6 em seu aniversário. Com quantas bonecas ficou?
4+6= 10

Na situação de reunir, há uma temporalidade, tudo já estava lá, só foi reunido. Ocorre uma inclusão de classes.
Ex: Em seu aniversário Carol ganhou 6 bonecas e 3 ursos de pelúcia. Quantos brinquedos ela ganhou?
6+3=9

Observe que neste caso os brinquedos já estavam lá, foram apenas reunidos em um mesmo grupo.
É importante que a criança aprenda a dar um significado ao número, perceba a situação-problema para que sempre quando houver uma operação matemática ela buscará a solução de uma história matemática. Desde cedo devemos trabalhar a interpretação dos enunciados e não apenas ensinar somem 4+6.

Estas diferentes ações exigem da criança diferentes competências e habilidades, mesmo sendo ambas ideias aditivas é importante que a criança perceba as ações de acrescentar e diminuir. O professor deve mostrar que a adição é uma operação natural que utilizamos em nosso dia a dia.


Subtração

E na subtração ocorre o mesmo processo da adição?

Isso mesmo! Para ocorrer uma subtração são necessárias diferentes ações para solucionar a situação-problema. Na subtração ocorrem as ações de retirar, completar e comparar ou achar a diferença.

Nas ações de retirar, é retirado uma parte e a parte que permanece fica menor.
Ex: Rafael tinha 30 bolinhas de gude e perdeu 5. Com quantas ficou?
30-5=25

Na ação de completar existem as partes consideradas, ou há um todo que pode ser completado; o verbo não é explicito; o todo é sempre inclusivo, e suas partes são subclasses. A ação de completar é o inverso da ação de reunir, são ideias inclusivas.
Ex: Preparei 50 bandeirinhas de 2 cores: amarelas e verdes. Se 35 são amarelas quantas são as verdes?
50-35=15

Na ação de comparar ou achar a diferença fazemos uma correspondência um a um para encontrar a diferença. Podemos fazer as perguntas: “quantos a mais?” ou “quantos menos?”.
Ex: Lucas tem 10 pipas e Jorge tem 6. Quantas pipas Lucas têm a mais que Pedro?
10-6=4


O desenvolvimento das ideias de subtração ocorre por volta dos sete anos, as crianças precisam vivenciar e compreender as ações de retirar. Depois de passar esta etapa poderão compreender que as ações de completar que são diferentes das ações de retirar. Quando estas duas ações forem compreendidas e diferenciadas entre si o professor pode propor ações em que possam estimular a criança a compreender as ações de comparar, pois esta relação de comparar o “todo/parte” ocorre por volta dos oito ou nove anos.
“A habilidade de solucionar ações que envolvam quantidades, seja na escola. Seja no dia a dia, é um exercício de lógica. Maquinas fazem contas. Pessoas pensam.” ( Luzia Faraco Ramos, 2009)
Este é o papel do professor estimular os alunos a utilizarem sua capacidade natural de pensar, descobrir e solucionar problemas de situações cotidianas.

 Em nossa próxima postagem vamos falar sobre multiplicação e divisão.


Referências:
Ramos, Luzia Faraco
Conversas sobre números, ações e operações: uma proposta criativa para o ensino da matemática nos primeiros anos/ Luzia Faraco Ramos. São Paulo: Ática. 2009

docs.google.com/a/aedu.com/file/d/0B-OvG8cS-tCkSVRuVFdoaTlPczA/edit>. Acesso em: 28 ago. 2014.


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